quinta-feira, 6 de outubro de 2011

estado de espírito

Quando ouço a palavra "fantasma", o que vem a minha cabeça é um ser triste, úmido e cinzento. Não acho que sejam criaturas maldosas. Só não sabem o que estão fazendo aqui ainda. São indefesos e inocentes.
Ando pelas ruas da cidade após um dia chuvoso. Os prédios se erguem sobre mim, esqueletos cinzentos. Não há ninguém fora de casa. A água escorre pelos telhados, pingando melancolicamente no chão. Uma pomba arrulhou e levantou voo acima de mim. O galho que ela estava se sacudiu, deixando várias gotas me molharem.
Nessa hora, penso em uma coisa. A semelhança entre a cidade e os fantasmas. A noite, a cidade é uma lembrança do que foi durante o dia. Todos que andam por suas ruas depois do sol se pôr também são como fantasmas, espectros entre a fumaça de cigarros.

6/10/11

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